Morderam a isca? Continuum em aparelhos Android era o que a Microsoft queria? 101c60

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A Microsoft já bateu o martelo: o Continuum é uma peça fundamental para o futuro do Windows. Bem, na época, lá em 2015, a grande maioria não acreditou muito nisso, mas após as últimas declarações da empresa, esta afirmativa tem cada vez mais sentido.

No ano ado, nós vimos analistas afirmarem que 2017 seria um grande ano para o Continuum, e que fabricantes iriam copiá-lo. Continuum seria a tendência. E parece que eles acertaram.

Ocorre que, rumores recentes mostram que o Samsung Galaxy S8 poderá ter um recurso similar, mas que utilizará aplicativos Android ao invés do ecossistema Windows. Além disso, a Lenovo/Motorola mostrou a sua cópia do Continuum no ano ado. Será que isso é realmente ruim para a Microsoft?

A Microsoft quer brigar onde nunca perdeu z443e

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Se o modelo “Continuum“, onde temos um smartphone que poderá funcionar como um PC, se tornar desejado pelos fabricantes e usuários, é óbvio que a Microsoft será destaque. Ela é a única que pode fazer com que isso seja real na atualidade. Tudo bem que temos a Apple, mas nós sabemos que o seu sistema não foi páreo para o Windows nos desktops. O Linux já perdeu o status de concorrente do Windows, e inclusive é apoiado pela própria Microsoft. A vantagem aqui se inverte para a Redmond.

Ocorre que, para os smartphones, um dos poucos jogos de maior destaque para o final do ano é o Super Mário Run lançado apenas para iOS, e com todo respeito, mas não a de mais um jogo de corrida infinita. Enquanto que, só em 2016 a Steam cresceu seu acervo de jogos em cerca de 40%. O Windows é a plataforma por excelência dos jogadores e é onde está sem dúvida os mais criativos do ano. Além disso, os melhores editores de imagem como o Photoshop, ou de vídeo, como o Sony Vegas, são do Windows. E a Microsoft já mostrou que é possível rodá-los em um HP Elite X3 com Windows 10.

No mais, até mesmo em questão de aplicativos, os apps UWP estão crescendo, o Instagram, por exemplo, chegou aos PCs antes mesmo de tablets com Android ou iPad. E isso é uma ameaça real para seus concorrentes, afinal manter o destaque em aplicativos móveis é importante para tentar manter a Microsoft fora da disputa móvel.

A Microsoft já conhece esta história, e nós também 6to3n

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O Android sofre por fragmentação. Caso a Samsung realmente invista em seu Continuum, e a Lenovo investa em outra sua própria alternativa, teremos então vários “Continuums” diferentes entre as fabricantes e até mesmo modelos.

Além disso, os tablets já são considerados ultraados e os dispositivos 2 em 1 estão recebendo mais atenção nos eventos. A CES 2017 é um exemplo disso, a Dell e a Lenovo mostraram que estão focadas na nova categoria criada pela Microsoft. A Intel abandonou o Android, enquanto a Qualcomm abraçou o Windows 10 na WinHEC. Ora, se os tablets com Android fracassaram, será que usar o Android como um sistema de PC será algo viável? Além disso, até a Apple abraçou o Office da Microsoft em seus dispositivos e reconheceu que a produtividade tem nome.

Existe ainda o Remix OS, que obviamente não é Android, mas é baseado neste. Os aplicativos não são adaptados para o desktop e em processadores x86 existem muitas falhas. É quase certo afirmar que a Windows Store possui muito mais aplicativos adaptados aos PCs e a experiência Continuum do que o próprio Android. Repito, o Android fracassou nos tablets,  os desenvolvedores não deram o e que o Google sonhava, longe disso.

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Ser copiado nem sempre é ruim, é sinal que é algo está dando certo, e a linha Surface é a prova disso. Até a Apple (iPad Pro) e o Google (Pixel C) se rederam ao modelo de dispositivos da Microsoft.

Ah, vale lembrar que estamos a falar em algo que transforma um smartphone em um PC, e não o “protótipo” cheio de falhas que foi o Motorola Atrix lá em 2011, ou outros tantos conceitos  e protótipos criados.

Para a Microsoft, seria algo positivo ver o Continuum ser cobiçado. Nos PCs ela sabe brigar como ninguém, HP e Dell certamente concordam com isso. Se os smartphones ganharam processadores poderosos, chegou a hora de aproveitá-los e talvez esticar apps criados para o touchscreen para usá-los com mouse e teclado não seja o suficiente.